Antes de entrar no propósito da minha intervenção, propriamente dita, permita-me Sr. Presidente deixar aqui uma palavra de conforto e Solidariedade à Classe Médica que no passado dia 2 de Outubro sofreu um revés ao ver três dos seus membros colaboradores honrados do Hospital Baptista de Sousa serem presos pela Policia Judiciária de São Vicente, sob acusação de Desobediência a uma ordem Judicial. Os meus colegas foram presos em pleno exercício das suas funções, como se de marginais e delinquentes se tratassem, sem o direito à palavra e à defesa.
A meu ver, um ato de brutalidade e profundo exagero, um ato de Justiça cega, de olhos fechados.
Lembrem-se Senhores e senhoras: a verdadeira Justiça não é dobrável, nem moldável àqueles que podem se dar ao luxo de a manejar.
Reafirmamos a independência dos diferentes órgãos de soberania e a não interferência nas decisões de cada um deles, mas reafirmando também a necessidade de responsabilização dos seus membros, evitando assim o uso abusivo de poderes dos mesmos.
Sr. Presidente, o que me fez vir aqui a este púlpito hoje, é a preocupante situação de Paludismo que assola o País, neste momento.
Caros colegas Deputados e Deputadas, queria apelar a todos que juntássemos as vozes e nosso foco para esta questão de Saúde Publica de extrema importância para o país.
Os Cabo-verdianos e os Praenses em particular estão preocupados com esta Epidemia que aumentou bruscamente, neste último Fim-de-semana com cerca de 38 novos casos, maioritariamente do tipo PLASMODIUM FALCIPARUM, um dos mais perigosos. (Vale lembrar que desde do inicio do ano já São 374 o numero de casos de Paludismo registado na Capital.
Os ganhos obtidos na Saúde devem ser mantidos, e temos de ter a responsabilidade de garantir a continuidade destes ganhos e melhorar cada vez mais, Sr. Presidente.
Não podemos nos descuidar!
Em 2015 Cabo Verde atingiu a meta dos ODM, o que levou o País a ser considerado o primeiro Pais da Africa a atingir a meta de pré eliminação do Paludismo e o que está acontecendo neste momento é um recuo a estes dados, que não podemos aceitar.
Temos todos de questionar sobre as medidas que estão a ser tomadas e porquê não estão a surtir efeito, pois é a Saúde, bem maior de todos nós, que está em causa.
Muito obrigada!!