A nossa intervenção debruçará, basicamente, sobre duas matérias:
O primeiro são as barragens, que nos últimos tempos tem dado muito que falar. No caso específico da barragem de Canto de Cagarra, já há dois anos que este tem vindo a assegurar o primeiro objetivo, que é o de armazenar água. Todavia, ainda está muito longe de garantir o objetivo maior e pleno, que é a irrigação das parcelas, visando aumentar a produção agrícola, gerar rendimentos às famílias, reduzir a pobreza e garantir a segurança alimentar.
A situação, atual que temos é a seguinte: uma barragem edificada, com água e com algum nível de assoreamento, provocado por hipotéticas falhas/insuficiências ao longo de todo o processo que culminou com a sua construção.
Dada a situação real existente, o atual governo, deverá dar continuidade ao trabalho já feito…a jusante, deve garantir a efetiva adução e distribuição de água junto das parcelas e a montante, deve prosseguir, com a construção dos 26 diques de retenção previstos, inicialmente, no projeto. Relembramos que até agora só foi possível contruir apenas dois, mas havia o compromisso que a Delegação do MAA, deveria, conforme possibilidade, contruir 2 ou 3 diques por anos. A construção desses diques, tem um papel determinante no impedimento de um assoreamento prematuro. As obras de barragens são complexas, uma vez que estamos a alterar o ambiente natural de uma bacia hidrográfica. Portanto, qualquer barragem está sujeito ao assoreamento e quanto menos ordenada estiver, maior são as probabilidades de tal acontecer.
Neste sentido, é preciso termos em conta que o tempo de vida de qualquer infraestrutura depende grandemente da sua manutenção que, em caso das barragens, assenta essencialmente no desassoreamento periódico.
Por outro lado, nós queremos aqui condenar a forma, diria pouco patriótica, em que, a todo o custo, o governo, parlamentares e até autarcas, têm tentado desvalorizar as barragens, procurando quase que à lupa, possíveis erros e falhas. Ultimamente, o senhor presidente da C.M.R.G., no rescaldo do debate sobre o agronegócio na sessão passada, prontificou-se em marcar uma conferência de imprensa para, apenas, mais uma vez, apelidar a barragem de uma obra vergonhosa.
O segundo assunto, diz respeito as obras de recuperação dos estragos provocados pelas chuvas. Aqui, gostaríamos de mostrar a nossa preocupação face aos estragos na estrada que liga Coculi à Garça, em que as obras, sequer arrancaram. Relativamente aos muros de proteção, chamamos a atenção do caso complexo que é o muro de proteção na zona de Monte Trigo, em que as obras ainda não iniciaram e a comunidade está a correr risco eminente. Outra situação muito difícil, existe na zona de Boca de Coruja, onde há algumas habitações em perigo. O pior é que, tal situação, é do conhecimento da senhora Ministra das Infraestruturas, que esteve no local, mas este facto, inexplicavelmente, foi ignorado pelas autoridades. Será que a vida e segurança das pessoas não é prioridade para este governo?
Finalmente, também, temos a barragem que brada pelo arranque das obras de recuperação dos danos pós chuvas.
Este governo já cumpriu ¼ do seu mandato e até agora, este, apenas conseguiu presentear os Cabo-Verdianos com algo que, por acaso, nem foi um compromisso de campanha…estamos a falar do muro de lamentações. Isto é, até agora só lamentações e lamúrias. Trabalho que é bom, não diria nada, mas quase nada, soluções, menos ainda, felicidade, nenhuma luz ao fundo do túnel.
Para concluir, muito honestamente, espero que, o momento contagiante de alegria e felicidade no rosto das pessoas, presenciado pelo senhor Primeiro-ministro, aquando da inauguração da estrada de Chã de Pedras, sirva de motivação e entusiamo ao chefe do executivo, para que o vosso governo possa começar a desbloquear a felicidade prometida e tão esperada.
Muito Obrigado!
Odailson Bandeira - Deputado da Nação , eleito pelo Círculo Eleitoral de Santo Antão