“Uma grande insatisfação dos profissionais da saúde que estão a ver alguns direitos adquiridos postos em causa e uma clara falta de vontade política do governo em resolver as questões com responsabilidade, justiça, ponderação e celeridade que a situação exige”. Esta é a principal constatação do Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (GP-PAICV), na sequência de um encontro, na tarde de hoje, com os funcionários do Hospital Agostinho Neto, na Praia.
Face a um ambiente laboral explosivo, uma vez que, o Hospital quer que “pessoas com mais de vinte anos de trabalho se submetam a um concurso externo”, Janira Hopffer Almada apontou o dedo à incongruência deste governo “já que a Lei de concursos é de 2014 e não poderá ter efeitos retroactivos”.
O PAICV não entende também como é que o actual governo não tem solução para regularizar essa situação se, ao vencer as eleições, levou, ao Parlamento, uma lei para acabar com os concursos públicos nos cargos de chefia. “Que justiça e que bom senso há nisso?”, questionou a Líder do maior Partido da Oposição.
Outro motivo de preocupação para o PAICV diz respeito ao facto de a saúde está a ficar cada vez mais cara, com taxas para tudo e mais alguma coisa, com idosos e pessoas carenciadas a pagar normalmente.
“É certo que o PAICV nunca defendeu a isenção total de taxas, mas que quem pode deve pagar e quem não pode, não pode ficar sem atendimento por falta de recursos financeiros”, frisou a Líder Tambarina acrescentando que “o MpD está a ser vítima do seu compromisso e da sua promessa ao garantir, aos cabo-verdianos, isenção total das taxas moderadora e de serviços”.
“Trabalhar para que os direitos adquiridos dos funcionários do Hospital Agostinho Neto não sejam postos em causa, sensibilizar o governo e garantir saúde para todos” foi a garantia deixada por Janira Hopffer Almada, no final do encontro, sem antes considerar que o Executivo, liderado por Ulisses Correia e Silva, “tinha muitas soluções na campanha e poucas soluções na governação”.