Os Deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), eleitos por Santiago Sul e os membros da Bancada Municipal da Praia, visitaram, na manhã de hoje, o terminal de yaces de Sucupira.
Perante a um clima de grande descontentamento por parte dos condutores, passageiros e ajudantes, Rui Semedo, porta-voz da visita, ressaltou a função social, extremamente importante, que os yaces têm desempenhado, designadamente ao cumprir um papel que a própria autoridade do Estado deveria assumir, que é o de transporte dos estudantes.
“Estamos a entrar no domínio da organização do espaço urbano e o PAICV não é contra tal medida. No entanto, esta organização não tem que ser contra as pessoas e deve-se levar em consideração que os proprietários de yaces pagam o imposto de circulação, o IUR, a taxa de manutenção rodoviária e quando mais taxas pagarem, menor será o rendimento para sustentarem as suas famílias”, alertou Rui Semedo.
No entanto, a nova organização da Câmara exige que os condutores adquiram senhas com a validade de um dia e que, caso não sejam utilizadas, terão que ser readquiridas no dia seguinte.
Muitos condutores também denunciam que têm dormido dentro das viaturas, sem condições de segurança, nem de higiene, devido à inexistência de sanitários, porque não conseguiram os seus intentos no dia anterior.
Outros constrangimentos imanentes a esta nova configuração têm a ver com o desemprego dos ajudantes de yace, sem que o Estado ou a Câmara Municipal tenha criado alternativas para o sustento dessa classe, bem como, o facto de este arranjo não permitir nenhuma mobilidade, onerando as despesas dos estudantes que se vêm obrigados a se dirigirem ao Terminal para poderem viajar para o seu destino.
No intuito de encontrar uma melhor saída para os diversos impasses verificados Rui Semedo apelou às entidades a reavaliarem a situação, a ouvirem as críticas dos condutores, pois entende que “não se deve começar, logo, a aplicar multas, sem uma vivência e sem que se tenha constatado as falhas e emendado os erros”.