O PAICV congratula-se com a publicação dos dados pelo Instituto Nacional das Estatísticas, não obstante mais uma vez, o Governo ter falhado o compromisso de divulgação trimestral dos dados relacionados com o emprego.
Os recentes dados publicados pelo INE demonstram, claramente, que as políticas do MPD não tem passado de palavras ocas e sem nenhum efeito prático na vida das pessoas.
Por mais voltas que se dê, numa interpretação criativa dos ventoinhas, não se escondem a Ineficiência, a Ineficácia e a falta de efetividade que caracterizam as politicas deste Governo, para a melhoria do ambiente do negócios e a projeção de Cabo Verde para o ao TOP 50 do doing business.
Em boa verdade, esses dados revelam uma dinâmica preocupante da evolução do mercado de trabalho, através da degradação de vários indicadores chave do mercado de trabalho sendo de destacar a redução significativa da população ativa e da taxa de actividade mas também de um forte crescimento da taxa de inatividade ou seja os desencorajados.
É preocupante ver que em 2017, a aparente diminuição da taxa de desemprego, nos indica que a economia não teve capacidade de geração do emprego, muito pelo contrário, os dados apontam pela destruição líquida do emprego, pelo que o problema que deve ser explicado é para onde foram parar os 5950 cidadãos que estavam empregados em 2016 e que ficaram desempregados em 2017.
Apesar de muitas medidas anunciados sobre a melhoria do relacionamento com o sector privado e do ambiente de negócios os resultados tem sido francamente negativos, havendo redução de emprego neste sector.
Após uma entrada desastrosa que fez o desemprego aumentar de 12,4 para 15%, os dados do emprego durante o ano de 2017 revelam-nos o seguinte:
A população empregada diminui de 209.725 para 203.775 pessoas, ou seja, uma destruição de (5.950 pessoas) o que corresponde a 2,8%. De 2016 para 2017, regista-se uma diminuição da taxa de emprego de 54,2% para 51,9%.
O número de inactivos aumentou em 19.690 efectivos e a taxa de inactividade é estimada em 40,8%, ou seja pessoas desempregadas que desanimaram e deixaram de procurar trabalho.
Se tivermos em conta que foram criados 8531 postos de trabalho e foram destruídos 5950 significa que em termos líquidos ficamos com 2581 empregos, muitíssimo longe dos 9.250 postos de trabalho prometidos pelo MPD.
Por conseguinte falar em 12% do desemprego é muito bom mas pode ser enganador se analisarmos friamente, do ponto de vista económico, os dados que contribuem para esta taxa.
É que, uma análise isolada dessa taxa pode ser perniciosa, como parece ser o caso em que a descida da taxa de desemprego não revela uma dinâmica positiva da evolução do mercado de trabalho. E, como facilmente poderá ser comprovado no caso presente essa percentagem deve-se, em primeiro lugar, à redução da população ativa que desce de 232.198 mil pessoas para 203.775, ou seja uma redução de 28.423 pessoas. Um dado que deve merecer estudo pelos demógrafos.
Se juntarmos o número de desempregados e o número dos desempregados que deixaram de procurar trabalho, por desânimo, estaríamos a aproximar de uma taxa de desemprego que rondava os 20%.
Praia e Santa Catarina de Santiago continuam com maior taxa de desemprego.16,2% e 17%, respectivamente.
Aumento do desemprego nos Concelhos de Santa Cruz (2.647 pessoas), São Filipe (2.543 pessoas) e Santa Catarina (2.029).
O Desemprego aumentou mesmo nas Ilhas de Boavista e Sal contra todas as expectativas e os Jovens continuam a ser os mais atingidos com 32,4% e o Subemprego continua a afectar 16% da população empregada.
O subemprego afectou 16,0% da população empregada
Por conseguinte, os dados do emprego são piores do que o referente ao ano de 2016, pois apenas 88% das pessoas que estiveram empregados em 2016, mantiveram os seus postos de trabalho em 2017.
Se no ano passado o MPD tinha feito a festa com a redução da população inativa (Dizendo que se tinha animado com a vitória do MPD, o que dizer agora com o aumento dos inativos em 19 mais de mil pessoas, um ano depois?) Quer isto dizer que essas pessoas que se tinham animado estão agora desesperadas.
Se, como defendeu o MPD em 2016, a diminuição dos desencorajados era consequência de um grande nível de confiança no Governo do MPD hoje, este aumento exponencial desta categoria dos desencorajados pode ser interpretada como uma grande falta de confiança no Governo em 2017.
QUANTO AOS DADOS DAS CONTAS NACIONAIS DEVEMOS ANALISAR AS CARACTERÍSTICAS DO NOSSO CRESCIMENTO:
Um Crescimento saudável deve ter por base:
• Rendimento das Famílias,
• Investimento (Publico e privado)
• Exportações (Aumento)
A nossa situação:
• Não há rendimento das famílias,
• Diminui o Investimento (-12,3%)
• Aumentam-se os gastos públicos, reduz-se o consumo privado, alguma melhoria nas exportações (Turismo).
Há Crescimento de 3,9% com base essencialmente nos gastos públicos.
Não se está a cumprir a promessa. O país está a endividar-se para o consumo e não para investimentos (Divida Pública de 132%, um aumento de 12%).
Aumento dos impostos: 11,2%, sendo 12,1% sobre o rendimento das famílias (impostos sobre o rendimento registaram uma arrecadação superior, comparativamente ao mesmo período do ano transato (+1.219,0 milhões de CVE)
04 de Abril de 2018
O Secretário-Geral, Julião Varela