São Nicolau é uma ilha que, apesar de estar, geograficamente, no centro do país, está a ficar cada mais periférica. Chegar às vizinhas ilhas de São Vicente e do Sal, a partir de São Nicolau, pela via aérea, leva-se mais tempo do que viajar da Praia a Lisboa. Raros são os turistas que chegando ao Sal ou em São Vicente e que, em querendo visitar São Nicolau, desistem desse propósito logo à primeira, ao saberem que perdem dois dias nessa viagem, sendo um na ida é outro no regresso. Desse modo o desenvolvimento do turismo na ilha de São Nicolau está ficando cada vez mais estrangulado e constitui uma autêntica miragem.
Não me canso de trazer a questão do desemprego na ilha de buy viagra uk São Nicolau. Uma situação difícil e preocupante. Muitos chefes de família, particularmente as famílias chefiadas por mulheres já não sabem o que fazer para contornarem as dificuldades do dia-a-dia. Tal é a situação que muitos chefes de família dizem que se há programa de salvamento de animais (subentende-se gado), deveria haver, em primeiro lugar, um programa para salvamento das famílias sem trabalho e sem rendimentos. Ou seja as pessoas querem trabalho para que possam ter rendimentos para a sua própria subsistência. A situação torna-se mais preocupante, tendo em conta a penúria de inertes, particularmente da falta de areia, com reflexos na construção civil e no emprego de muitos chefes de família.
Na minha recente visita ao círculo de São Nicolau, bastas vezes, fui interpelado pelos criadores sobre o programa de salvamento de gado, querendo ter informações. Nesta sessão fomos informados pelo Senhor Ministro da Agricultura e Ambiente de que só a 2 de Fevereiro haverá transporte de ração para a ilha de S. Nicolau, ignorando pura e simplesmente os outros questionamentos, nomeadamente quando é que a ração será colocada à venda, a quantidade a ser transportada e o que será dos pequenos criadores que não tendo rendimentos não terão como comprar a ração.
O Carnaval não é só a maior manifestação cultural da ilha de São Nicolau, como também, um evento com forte impacto na economia da ilha. Os nossos emigrantes e filhos de emigrantes têm dificuldades em participar no Carnaval, porque a BINTER se nega a aumentar o número de voos nesta ocasião, o que era uma prática pela transportadora nacional, nos anos anteriores. Uma vez mais a Ilha de São Nicolau é prejudicada e marginalizada, com fortes reflexos na sua já débil economia, já que o Carnaval não é só cultura, mas também é um dos momentos altos da economia local.
As gentes de São Nicolau têm orgulho do seu Carnaval e tudo fazem, para perante as mais diversas adversidades, colocar na rua a sua criatividade. Porém, os fazedores do Carnaval estão agastados com o Senhor Ministro da Cultura por este ter afirmado em plena sessão da Assembleia de que dois dos grupos oficiais de Carnaval não teriam prestado contas, criando um clima de mal-estar e de desconforto dos seus responsáveis, pois afirmam categoricamente que enviaram os justificativos relativamente aos apoios financeiros recebidos do Ministério da Cultura.
Perante essa situação de desconforto e de desconfiança, gostaria de solicitar ao Senhor Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, perante esta Assembleia Nacional e de viva voz, que apresente as suas desculpas aos Grupos de Carnaval.