“Neste momento é fundamental que o Governo cumpra aquilo que prometeu aos cabo-verdianos, a começar pela atualização anual dos salários, bem como, outras questões igualmente importantes e que têm ver com ultimar o acordo de concertação estratégica para garantir um quadro de colaboração conjunta que permita e garanta estabilidade social em termos de política de rendimentos e preços, a questão dos impostos, a administração laboral, a formação profissional e o emprego”.
Declarações feitas hoje à Imprensa pela Presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, à saída de um encontro com uma Delegação da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde- Central Sindical (UNTC-CS), encabeçada pela sua Secretária-Geral, Joaquina Almeida.
Por estas razões o PAICV atribui nota negativa à situação laboral no país tendo em conta também “a onda de despedimentos e a dura partidarização do aparelho de Estado que estão a ocorrer”. “Esperamos, efetivamente, que o MpD tenha coerência no Parlamento e aprove o Diploma dos concursos públicos que o Grupo Parlamentar do PAICV já submeteu para que não continue a fingir que está a despartidarizar, quando o que está a fazer é colocar, em lugares-chave da máquina do Estado, somente antigos dirigentes, militantes ou simpatizantes do MpD”, salientou a Líder Tambarina.
Quem também comunga da opinião que a situação laboral vai de mal a pior é Joaquina Almeida que, por seu lado, manifestou-se preocupada com “o congelamento dos salários, desde 2011, a taxa de desemprego que não tem baixado, a onda de despedimentos que têm vindo a acontecer um pouco por todo o lado, na contramão do enunciado no Programa do Governo sufragado nas últimas eleições, onde se prometia a criação de nove mil novos postos de trabalho por ano”.
No final do encontro, cujo objetivo era o de dar a conhecer os novos corpos diretivos da Central Sindical e socializar, com o PAICV, as preocupações mais candentes do mundo laboral cabo-verdiano, Janira Hopffer Almada fez questão de comentar as afirmações do Ministro das Finanças que regozijou-se com os as contas provisórias e com o previsível crescimento económico, recordando-lhe que ele passou toda a discussão do Orçamento para 2016 a dizer que aquele Orçamento ainda era do PAICV. “Se o Orçamento era da responsabilidade do Governo anterior espero que ele também tenha a coragem de atribuir agora este crescimento de 2016 ao PAICV”, desafiou Janira Almada que recomenda que “se há esse crescimento ele deverá ser inclusivo e a riqueza gerada tem que ser partilhada, começando pelo atualização salarial, uma vez que, o custo dos bens essenciais aumentou - água, energia, combustível, gás - e o rendimento das famílias continua sem novidades”.
